As Viagens de Gulliver (1939) – O Clássico da Animação que Desafiou a Disney

Introdução

O mundo da animação foi transformado na década de 1930 com o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões (1937), da Disney, o primeiro longa-metragem animado da história. Mas o que muitos não sabem é que a Disney não foi a única a se aventurar nesse novo território. Em 1939, o estúdio Fleischer Studios, rival direto da Disney na época, lançou sua própria animação épica: “As Viagens de Gulliver” (Gulliver’s Travels).

Inspirado no famoso livro de Jonathan Swift, o filme foi uma tentativa ousada de competir com o domínio da Disney no cinema animado. Com técnicas inovadoras, personagens memoráveis e uma abordagem visual única, “As Viagens de Gulliver” marcou a história da animação de maneira especial.

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Agora, vamos mergulhar nas curiosidades, na recepção crítica e nos aspectos técnicos desse clássico que ainda fascina gerações.

A História do Filme

A trama segue Lemuel Gulliver, um marinheiro que naufraga e chega à ilha de Lilliput, habitada por pequenos habitantes minúsculos em meio a um conflito com o reino vizinho de Blefuscu. Enquanto Gulliver tenta entender a nova terra, os lilliputianos inicialmente o temem, mas logo percebem que podem contar com ele para ajudar a resolver suas disputas.

A história se baseia no primeiro dos quatro livros que compõem a sátira social As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, publicado em 1726. No entanto, enquanto o livro original apresenta uma forte crítica política e social, o filme opta por uma abordagem mais leve, voltada para a fantasia e o humor.

Curiosidades do Filme

1. A Tentativa de Rivalizar com a Disney

O Fleischer Studios, fundado pelos irmãos Max e Dave Fleischer, era um dos estúdios de animação mais inovadores da época, sendo responsável por clássicos como Betty Boop, Popeye e Superman. Com o sucesso de Branca de Neve e os Sete Anões, os Fleischer viram uma oportunidade de competir diretamente com a Disney no mercado de longas animados.

Os irmãos convenceram a Paramount Pictures a financiar o projeto, e “As Viagens de Gulliver” se tornou o segundo longa-metragem animado da história.

2. Técnicas de Animação Avançadas para a Época

Diferente dos filmes da Disney, que usavam um estilo homogêneo para os personagens, “As Viagens de Gulliver” inovou ao misturar rotoscopia com animação tradicional.

• O personagem Gulliver foi criado através de rotoscopia – uma técnica que consiste em desenhar por cima de filmagens de atores reais, garantindo um movimento mais fluido e natural. O ator Sam Parker serviu como modelo para Gulliver.
• Já os lilliputianos foram animados de maneira tradicional, com um estilo mais cartunesco, criando um contraste intencional entre os personagens.

Essa diferença entre os estilos de animação foi algo inovador na época, mas também gerou críticas, pois alguns espectadores acharam que Gulliver parecia deslocado dentro do mundo animado.

3. Trilha Sonora Indicada ao Oscar

A trilha sonora de “As Viagens de Gulliver” foi um dos grandes destaques do filme. A canção “Faithful Forever”, composta por Ralph Rainger e Leo Robin, foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original.

Além disso, o filme introduziu músicas memoráveis como “It’s a Hap-Hap-Happy Day”, que se tornou um sucesso e ainda é lembrada por fãs da animação clássica.

4. O Filme Foi Um Sucesso Comercial, Mas Não Superou Disney

Ao ser lançado nos cinemas em 22 de dezembro de 1939, o filme arrecadou mais de $3 milhões nas bilheteiras – um valor considerável para a época. No entanto, mesmo sendo financeiramente bem-sucedido, não conseguiu repetir o impacto de Branca de Neve, que ainda dominava o mercado.

O filme recebeu elogios por sua animação colorida e personagens cativantes, mas foi criticado por um enredo simples e um protagonista sem muito carisma. Isso fez com que os Fleischer Studios tivessem dificuldades em continuar no ramo de longas-metragens.

Críticas e Avaliação

O Que a Crítica da Época Disse?

• Pontos Positivos:
  • A animação colorida e detalhada foi elogiada.
  • A trilha sonora foi um dos destaques.
  • O filme era considerado encantador para o público infantil.
• Pontos Negativos:
  • A história foi considerada menos cativante que a de Branca de Neve.
  • O personagem Gulliver não tinha muita personalidade.
  • A mistura de estilos de animação foi vista como inconsistente.

O Que o Público de Hoje Diz?

Atualmente, “As Viagens de Gulliver” é lembrado como um marco na história da animação. Para os fãs de animação clássica, ele representa um período em que diferentes estúdios estavam experimentando novas abordagens para o cinema animado.

Os pontos altos do filme ainda são sua trilha sonora e seu visual, enquanto o enredo pode parecer um pouco simples para o público moderno. No entanto, para quem aprecia animação clássica, ele continua sendo uma experiência nostálgica e encantadora.

📌 Nota geral: 7.2/10 – Um clássico imperdível para os fãs da animação vintage!

Onde Assistir?

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Conclusão: Um Clássico Que Vale a Pena Redescobrir

“As Viagens de Gulliver” (1939) pode não ter sido o maior sucesso da animação de sua época, mas sua importância histórica é inegável. Ele marcou um momento crucial para os Fleischer Studios e demonstrou que existiam alternativas à hegemonia da Disney no cinema animado.

Com uma animação vibrante, uma trilha sonora inesquecível e personagens cativantes, esse clássico ainda encanta gerações.

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